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Uma decisão extrajudicial, o Governo do Rio Grande do Norte determinou a saída de 80 pescadores do Canto do Mangue, no bairro das Rocas, Zona Leste de Natal. O prazo para a desocupação do trecho próximo ao Museu da Rampa termina no dia 3 de agosto.
O governo deu o prazo de 15 dias para que os pescadores desocupem o espaço para a ampliação das obras do Museu da Rampa e do Memorial do Aviador. Os pescadores da região estão se sentindo prejudicados. "Embarcamos e desembarcamos por aqui, a gente só quer que ele [o governador] construa o nosso píer, como foi acordado", disse o pescador Geraldo Alves.
A presidente da colônia dos pescadores da cidade afirmou que, há algumas semanas, o governo se reuniu com o grupo e, na ocasião, os pescadores pediram a construção de um novo píer ou rampa em frente ao mercado do peixe, também no rio Potengi. Os próprios representantes do Estado fizeram uma planta, mas, na sexta-feira (20), chegou a notificação extrajudicial. "Eles não fizeram o que acordaram conosco", disse Rosângela Silva, presidente da colônia.
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A rampa é um espaço importante na história de Natal, principalmente durante a Segunda Guerra Mundial. Há 40 anos, o espaço é usado pelos pescadores da cidade. Como a promessa do governo não foi cumprida, se saírem do espaço, o grupo não terá para onde ir. "A gente só quer um canto para poder encostar as embarcações e descer com os peixes num lugar seguro", afirmou o pescador Sérgio Luiz Nascimento.
As obras de reforma do Museu da Rampa e Memorial do Aviador foram iniciadas em 2013, com orçamento de mais de R$ 8 milhões. Chegaram a ser paralisadas em 2014, mas foram retomadas e estão na fase final. Os pescadores não são contra o andamento da reforma, mas querem o espaço para embarque, desembarque e conserto das embarcações. "O Canto do Mangue já não suporta mais nada. Não tem mais espaço no canto para nada. Somos pessoas, temos família, e só queremos o acesso", disse Rosângela.
A Secretaria de Infraestrutura do Estado disse que a notificação trata apenas da retirada dos barcos que estão ocupando parte do terreno da rampa, que pertence ao sítio histórico do local, pois só com a desocupação será possível que as obras do Museu da Rampa terminem. A secretaria afirmou que a notificação não atinge os barcos ancorados às margens do rio Potengi.
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