O juiz Sergio Moro, titular da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, negou que tenha qualquer intenção de entrar na política ou de se candidatar a qualquer cargo eletivo. A declaração foi dada em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. “Eu sou um juiz, eu estou em outra realidade, outro tipo de trabalho, outro perfil. Então, não existe jamais esse risco (de entrar para a política)”, disse o juiz responsável pelos julgamentos relativos à Operação Lava Jato em primeira instância em Curitiba.
Moro defendeu ainda uma discussão sobre a abrangência do foro privilegiado, que, em sua avaliação, poderia ficar restrito aos presidentes de cada um dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Atualmente, estima-se que 22 000 cargos deem ao seu ocupante o foro privilegiado em julgamentos. A lista vai do presidente da República aos ministros, passando por senadores e deputados, integrantes do Poder Judiciário, do Tribunal de Contas da União e do Ministério Público.
“Tem o Supremo condições de enfrentar toda essa gama de casos? (…) O Supremo não tem só esse trabalho à frente, tem todos os casos constitucionais relevantes e não pode se transformar simplesmente em uma corte criminal”, disse Moro na entrevista ao O Estado de S. Paulo na edição que será publicada neste domingo.
Em outro trecho da entrevista, Moro se nega a responder se vai mandar prender o ex-presidente Lula. “Esse tipo de pergunta não é apropriado, porque a gente nunca fala de casos pendentes”, disse o juiz na entrevista. Lula é réu pela suspeita de ter cometidos os crimes de corrupção ativa e passiva por supostamente ter sido beneficiário da empreiteira OAS, em esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Sergio Moro é o juiz que vai julgar esse caso.
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