segunda-feira, 26 de março de 2018

Operação Direct: MPRN investiga pedofilia por rede social



Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrou na manhã desta segunda-feira (26) a operação Direct. A ação investiga pedofilia por meio de rede social e o envio de conteúdo pornográfico por parte de um homem para uma criança de 10 anos, que mora na Grande Natal, por meio de redes sociais. Equipes do Ministério Público de São Paulo, com acompanhamento de uma promotora de Justiça do MPRN, cumpriram mandado de busca e apreensão na capital paulista, onde o investigado mora.
De acordo com as investigações do MPRN, no ano passado o aliciador usou o serviço de mensagem direta de uma rede social da criança para estabelecer o primeiro contato. Após algumas conversas, o homem passou a tentar seduzir a criança e chegou a enviar foto com conteúdo pornográfico para ela. Na troca de mensagens, o aliciador usava perfis falsos. O nome da operação é uma alusão a esse serviço de mensagens diretas disponível na rede social.
“A mãe estava atenta à navegação da criança na internet e em certo momento acabou vendo a troca de mensagens e procurou o Ministério Público do Rio Grande do Norte. Iniciamos a investigação imediatamente. Usamos uma metodologia de cruzamentos de dados, fazendo com que a apuração fosse praticamente toda virtual até conseguirmos localizar o aliciador”, explicou a promotora de Justiça Liv Severo, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do MPRN. Liv Severo foi quem, com apoio do MPSP, cumpriu o mandado de busca e apreensão nesta segunda-feira.
No cumprimento do mandado, foram apreendidos o computador do suspeito e outros dispositivos de informática. O promotor de Justiça Fausto França, coordenador do Gaeco, ressaltou a importância da operação Direct. “Essa operação deflagrada nesta segunda serve para mostrar que o ambiente da internet não é sem lei. O material apreendido na casa desse homem será trazido para Natal e vai ser analisado pela equipe do Laboratório de Computação Forense do Gaeco, que atua no assessoramento técnico desde o início. Durante essa etapa, será possível desenvolver algumas linhas de pesquisa da investigação e apurar se essa criança é a única vítima desse aliciador ou se ele mantém o mesmo tipo de contato com outras pelo país”, explicou.
A promotora de Justiça Sandra Angélica Pereira Santiago, coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça da Infância e Juventude, destacou ainda que os pais e responsáveis devem ficar atentos e monitorar as redes sociais e a navegação dos filhos na internet. “A operação Direct só foi deflagrada porque a mãe dessa criança conseguiu ver as mensagens que o aliciador mandou para ela e procurou o Ministério Público do Rio Grande do Norte para pedir ajuda. Esse exemplo deve ser seguido para evitar que outras crianças sejam vítimas, cabendo aos pais manterem um diálogo aberto com os filhos, acompanhar a navegação das crianças e orientá-las”, concluiu.
Após a análise do material apreendido, o aliciador paulista poderá ser denunciado pelo assédio à criança e ainda por armazenar o conteúdo pornográfico envolvendo criança.

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