Foto: Elza Fiuza/Arquivo Agência Brasil
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta quinta-feira (20), revelam que 2022 foi o ano com o maior número de registros de estupros e estupro de vulnerável da história, com 74.930 vítimas — um caso foi registrado a cada 7 minutos no país.
A taxa cresceu 8,2% no comparativo com 2021 e chegou a 36,9 casos para cada 100 mil habitantes.
Os números, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, correspondem a uma fração da violência sexual contra mulheres, meninas, homens e meninos de todas as cidades, uma vez que se trata dos casos que foram notificados às autoridades.
Ao todo, 75,8% dos casos de estupro registrados em 2022 envolvem menores de 14 de idade, incapazes de consentir “fosse pela idade [menores de 14 anos], ou por qualquer outro motivo [deficiência, enfermidade, etc.]”, afirmam, no estudo, as pesquisadoras do Fórum Samira Bueno, Marina Bohnenberger e Juliana Martins.
“O recorde no número de estupros é o grande destaque dos dados colhidos pelo Anuário neste ano. Há um grande represamento das denúncias porque as escolas estavam fechadas em 2021. E o que temos de dados evidencia o ambiente escolar como o espaço seguro, onde a violência é percebida”, analisa o presidente do Fórum, Renato Sérgio de Lima.
Entre as crianças e adolescentes com até 13 anos de idade vítimas de estupro no ano passado, os principais autores são familiares (64,4% dos casos) e 21,6% são conhecidos da vítima, mas sem relação de parentesco. Só 13,9% das ocorrências foram de autoria de pessoas desconhecidas.
Os números também contrariam o senso comum de que vias públicas seriam os espaços em que a violência sexual seria mais cometida.
Em média, 68,3% dos casos somados de estupro e estupro de vulnerável ocorreram na residência da vítima.
No caso dos estupros de vulnerável, o dado é ainda maior: 71,6% dos casos, sendo que, nos estupros, a média foi de 57,8%.
Já 17,4% dos casos de estupro ocorrem em vias públicas, e 6,8% dos episódios com menores ocorrem nas ruas.
Com informações de CNN Brasil, por Leandro Resende
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