sábado, 12 de novembro de 2022

Terminal Salineiro quer dobrar capacidade cinco anos após arrendamento

Terminal é responsável por cerca de 95% de todo sal marinho no Brasil – Foto: Reprodução

Nesta semana, a Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) entregou o Terminal Salineiro de Areia Branca, que agora passa a se chamar Terminal Salineiro Intersal (TSI), ao Consórcio Arrendatário Intersal, formado pelas empresas Intermarítima e Salinor. Segundo a Codern, o terminal é responsável por escoar cerca de 95% de todo sal marinho no Brasil. A operação vai acontecer pelos próximos 25 anos e, neste período, serão investidos cerca de R$ 164 milhões no local. O arrendamento foi leiloado em novembro do ano passado por R$ 100 mil. Segundo a Codern, este era o último terminal do Brasil que ainda era operado pelo poder público.

Conhecido como Porto-Ilha de Areia Branca, o terminal está localizado no Oceano Atlântico, cerca de 15 km da costa do município potiguar com quem divide o nome. O leilão foi promovido pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) na Bolsa de Valores de São Paulo. Ainda segundo a Companhia, este investimento na estrutura do local vai possibilitar compra de equipamentos necessários para operação, incluindo a recuperação do pátio de estocagem.

Com isso, a capacidade de armazenamento deve aumentar de 90 mil para 150 mil toneladas. Em até cinco anos, a expectativa é de que a capacidade do terminal passe de duas toneladas por ano para quatro toneladas por ano, de acordo com a meta do Consórcio Intersal. Segundo o Portal do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Governo Federal, há a estimativa de 3.257 empregos diretos, indiretos e efeito renda, em virtude do arrendamento do terminal salineiro.

“É um dia muito importante e de vitória para a Codern, para o Rio Grande do Norte e para o Brasil. Os empregos foram não só preservados como ampliados. Estivemos sempre preocupados com as pessoas, ao mesmo tempo em que olhávamos para a economia e para o futuro. O Tersab tem um bonito horizonte pela frente”, disse Carlos Eduardo da Costa Almeida, diretor-presidente da Codern.

Por meio da assessoria de imprensa, a Codern afirmou que é uma “política de Estado fundamental para a indústria salineira do Brasil”, e que é um trabalho do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), para recuperar ativos da reunião. A Companhia informou que a única responsabilidade a partir de agora é fiscalizar o cumprimento do contrato de arrendamento em colaboração com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Segundo Airton Torres, presidente do Sindicato das Indústrias de Extração do Sal do Estado do Rio Grande do Norte (Siesal), atualmente o parque salineiro ocupa cerca de 40 mil hectares em todo o estado. Para ele, o arrendamento já era uma aspiração antiga do segmento. “O setor está muito otimista com o fato de o porto passar a ser operado por um ente privado, setor que tem muito mais agilidade nas operações. O que a gente espera é que a operação, como um todo,é que dê um salto de qualidade e faça com que o porto possa aumentar a movimentação de carga que vinha tendo enquanto estava sendo operado pela Codern”, disse.

Em relação à geração de empregos, Torres afirma aguardar aumento tanto no próprio Porto-Ilha, quanto nas novas salinas que possam surgir na região. “Esse aumento de empregos começou porque para você ter uma ideia, a Codern operava o porto com um contingente de 115 pessoas. Mas o consórcio já contratou 140 pessoas. Dentre elas, cerca de 55 pessoas que trabalhavam com a Codern”, analisou.

Para os pequenos produtores, no entanto, o impacto praticamente não deve existir, segundo Ceiça Praxedes, presidente do Sindicato da Indústria de Moagem e Refino de Sal do Estado do Rio Grande do Norte (Simorsal). “Acredito que foi uma coisa positiva para o setor. Antes do arrendamento, o porto era explorado por três ou quatro empresas. Agora, com a privatização, existe uma possibilidade disso ser democratizado. Empresas menores também terão a oportunidade de alcançar essa operação, que antes não era possível”, defendeu.

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