terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Disputa pela Prefeitura do Natal já tem pelo menos oito candidaturas pré-lançadas

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Ciro Marques
Repórter de Política
O cenário em formação da disputa pela Prefeitura de Natal em 2016 ganhou no final de semana mais um nome, o do deputado estadual Kelps Lima, presidente do partido Solidariedade no Rio Grande do Norte. Kelps se junta ao prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT); aos deputados estaduais Fernando Mineiro (PT) e a Hermano Morais (PMDB); ao federal Rogério Marinho (PSDB); a vereadora Amanda Gurgel (PSTU); ao ex-candidato a governador Professor Robério Paulino e a um nome do PV, possivelmente o do também vereador Luiz Almir. Mesmo diante das críticas veladas a antecipação do lançamento de candidaturas, todos esses nomes já se apresentaram, ou tiveram suas candidaturas apresentadas, para a disputa do próximo ano.
Como ocorre geralmente, o crescimento da discussão em torno de 2016 começou logo depois do final da eleição de 2014. Em uma de suas primeiras disputas como governador eleito do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD) afirmou que seu candidato para o próximo pleito pela Prefeitura de Natal seria o deputado Fernando Mineiro, que já foi candidato em 2012 e ajudou, bastante, na vitória pessedista no Estado. O lançamento, claro, gerou críticas da base aliada do atual prefeito e dele mesmo, considerando um “equivoco” a antecipação da discussão sobre 2016.
“Achei estranho, porque o governador eleito dizia na propaganda que iria pensar nas futuras gerações e não na futura eleição. Ele, em plena comemoração, já lançou o candidato a prefeito”, criticou o prefeito, acrescentando que “pessoalmente, passada a campanha, estou pensando em gestão. Estamos reconstruindo a cidade do Natal. Só vamos falar de sucessão em 2016. Até lá, nós vamos falar só de administração e gestão”.
O próprio Carlos Eduardo, no entanto, se esqueceu que assim que assumiu a Prefeitura de Natal, em 2013, Carlos Eduardo também antecipou a disputa seguinte. Negando que fosse ser candidato ao Governo do Estado em 2014, o prefeito falou que queria era ser reeleito no pleito de 2016, ou seja, se lançando candidato a reeleição quase quatro anos antes da disputa.
Em outubro de 2013, quando o nome foi novamente cogitado para a disputa estadual, repetiu: “Sou prefeito e continuarei prefeito. O que eu penso, sonho, e todo mundo tem que sonhar nessa vida, porque ela não é fácil e o sonho ajuda, é em 2016 ser candidato a reeleição para dar continuidade a esses e outros grandes projetos, programas e obras”.
Por sinal, essa situação de criticar a antecipação do debate sobre 2016, tendo, antes ou depois, lançado a pré-candidatura, foi repetida mais algumas vezes por outros interessados na disputa eleitoral do próximo ano. Candidato a prefeito em 2012, Rogério Marinho, por exemplo, também afirmou que a antecipação – tanto de Mineiro, quanto de Carlos Eduardo – foi equivocada. Pouco depois, o vereador Aroldo Alves, também do PSDB, lançou a pré-candidatura do tucano.
“Tudo pode acontecer na política e Rogério Marinho foi reeleito agora recentemente para deputado federal e se credencia junto ao eleitorado. Até pela questão de ser o deputado mais votado na cidade do Natal, quase com 38 mil votos. Eu acho que nós temos bons quadros, Rogério será um deles”, frisou o vereador Aroldo Alves.
O peemedebista Hermano Morais fez o mesmo. Criticou a antecipação, negou qualquer acordo entre PMDB e PDT para o apoio peemedebista a Carlos Eduardo e, finalmente, se colocou como opção de candidatura própria do partido. Acrescentou, entretanto, que a discussão sobre isso aconteceria “no momento oportuno”.
OUTROS NOMES
Além daqueles que disputaram o pleito de 2012, a eleição municipal do próximo ano ainda poderá ter estreantes na concorrência majoritária, como o deputado Kelps Lima e a vereadora Amanda Gurgel, além de retorno de alguns “velhos conhecidos” dos eleitores, como o também vereador Luiz Almir. “Qualquer político que ama sua cidade quer um dia ser prefeito dela, mas esse não é nosso foco agora. Me deixa triste ver Natal com uma gestão tão convencional. Afinal em 2016 já serão 10 anos de Carlos Eduardo prefeito. Nesse período Natal melhorou em quê? O transporte é o mesmo, a saúde é a mesma e o fluxo turístico piorou”, criticou Kelps Lima na entrevista concedida aO Jornal de Hoje neste final de semana.
Cotada para ser candidata após a votação recorde na disputa pela Câmara Municipal em 2012, Amanda Gurgel também não descartou assumir a condição de candidata a prefeita de Natal. “Realmente, francamente, não sei. Ainda não tenho uma resposta para isso”, afirmou ela quando questionada se seria ou não candidata ao Executivo no próximo ano.
Luiz Almir seria a opção do partido. Afinal, também em contato com o JH, o presidente estadual da sigla, Paulo Davim, disse que já estava trabalhando com a candidatura própria do PV para o Executivo de Natal. “Teremos candidato e já iniciamos uma série de conversas com diversos partidos objetivando a construção de uma coalizão de forças políticas para uma candidatura competitiva”, antecipou Davim.
Apesar de ser o principal do Partido Verde, Luiz Almir preferiu sugerir outro nome para a disputa, o de Walter Alves, deputado federal eleito pelo PMDB. A candidatura dele, que dividiria mais uma vez a família Alves, é cogitada em matéria publicada na página 4 desta edição.
Alianças partidárias podem tirar nomes da eleição de 2016
Apesar dos oito nomes colocados à mesa, dificilmente, a eleição de 2016 em Natal começará com oito candidatos a prefeito de Natal. Isso porque, cientes de que, isolados, são mais fracos, alguns nomes podem se aliar com o objetivo de somar idéias, capital eleitoral e tempo de televisão. PMDB e PDT; PSDB e SDD e PSTU e PSOL são exemplos disso.
A situação mais propensa para união é do PMDB e o PDT. Quando abriu mão de apoiar Robinson Faria, seu ex-aliado, para se juntar a Henrique Eduardo Alves, Carlos Eduardo estaria, segundo informações de bastidores, pensando na eleição de 2016 e garantindo, para ela, o apoio peemedebista. E, apesar do presidente do Diretório Municipal do PMDB e ex-candidato do partido a Prefeitura de Natal, Hermano Morais, negar tal aliança, há uma sinalização clara de apoio peemedebista.
“Acho que todos os peemedebistas, principalmente aqueles que detêm cargos de direção do partido, devem ser ouvidos. Agora o meu candidato, sendo ouvido, e todos devem ser ouvidos, é o prefeito Carlos Eduardo, candidato à reeleição”, disse Garibaldi Alves Filho, uma das maiores lideranças peemedebistas, reduzindo as chances de Hermano, que levou a disputa com Carlos Eduardo para o segundo turno em 2012, ser novamente candidato.
Kelps Lima e Rogério Marinho não têm acertos pré-fechados. Contudo, a aproximação ideológica dos dois nomes também os direciona para uma aliança visando o pleito de 2016. Líderes de seus partidos, um teria que abrir mão para apoiar a candidatura do outro e, nesse contexto, Rogério Marinho seria o candidato a prefeito e Kelps, o vice.
Outra parceria que também poderia surgir seria “os da esquerda”, entre Amanda Gurgel e Robério Paulino, como já aconteceu em 2012, quando, juntas, as duas siglas conseguiram três vagas na Câmara Municipal de Natal. O que dificultaria essa união seria o “capital eleitoral” dos dois candidatos. Com 32 mil votos, o PSTU não abriria mão de ter Amanda Gurgel, assim como o PSOL com Robério Paulino, após o surpreendente número de votos que ele atingiu no pleito de 2014, na disputa pelo Governo do RN.

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