quarta-feira, 11 de maio de 2022

Copom sinaliza nova alta da taxa de juros em junho

Neste mês de maio Selic subiu 1%, apontando para maior ciclo de aperto monetário desde 1999. Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

O Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central repetiu nesta terça-feira (10), por meio da ata de seu último encontro, que vê como “provável” nova alta da Selic (a taxa básica de juros) na próxima reunião, em junho, em ritmo menor do que o movimento feito este mês. Na semana passada, o Copom elevou a Selic em 1,00 ponto porcentual, de 11,75% para 12,75% ao ano.

Mas o comitê afirmou que sua atuação demanda “cautela adicional” diante da incerteza elevada da conjuntura econômica atual e do estágio avançado do ciclo de ajuste monetário, com impactos ainda a serem observados. Desde o início do processo de aperto monetário, a Selic já subiu 10,75 pontos porcentuais, a alta mais forte desde 1999.


“Para a próxima reunião, o Comitê antevê como provável uma extensão do ciclo com um ajuste de menor magnitude. O Comitê nota que a elevada incerteza da atual conjuntura, além do estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos ainda por serem observados, demandam cautela adicional em sua atuação”, disse o Copom.


O BC ainda repetiu que poderão ser feitos ajustes nos próximos passos para convergência da inflação às metas e a depender da evolução do balanço de riscos, da atividade econômica e das projeções e expectativas de inflação.


Apesar de sinalizar uma redução do ritmo, o Copom voltou a dizer que que o ciclo de aperto monetário “continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista”, preocupado com projeções de inflação e risco de desancoragem das expectativas de longo prazo.


O Copom enfatizou que o alerta de aperto monetário apropriado também é condicional ao arcabouço fiscal. O colegiado destaca que debateu como o risco fiscal afeta a condução da política monetária e que as incertezas em relação ao futuro das regras fiscais – leia-se, o teto de gastos, questionado por todos os candidatos à Presidência – resultam em elevação dos prêmios de risco e aumenta o risco de desancoragem das expectativas de inflação.


Embora tenha deixado de incluir no comunicado da semana passada, o BC repetiu na ata desta terça que o esmorecimento no empenho por reformas estruturais, bem como alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas, podem elevar a taxa de juros neutra da economia.


Após dez altas consecutivas na Selic , o Copom também reconheceu o risco de uma desaceleração mais forte da economia. “O Comitê ressaltou que o crescimento econômico veio em linha com o que era esperado, mas o aperto das condições financeiras cria um risco de desaceleração mais forte que o antecipado nos trimestres à frente, quando seus impactos tendem a ficar mais evidentes”, afirmou o BC.


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