terça-feira, 21 de abril de 2020

Netflix ganha 15,8 milhões de assinantes em todo o mundo durante a quarentena



Em meio à pandemia do coronavírus, o serviço de streaming de vídeo Netflix teve seu maior crescimento trimestral em um único trimestre. Entre janeiro e março de 2020, a empresa ganhou 15,8 milhões de novos assinantes e chegou à marca de 182 milhões de contas pagas em todo o mundo. O crescimento tem suas razões óbvias: com mais gente ficando em casa para ‘achatar a curva’ da covid-19, não foram poucas as pessoas que decidiram passar esse tempo na frente do sofá vendo suas séries favoritas.

O crescimento ficou acima do esperado – a previsão inicial da empresa para o período era de 7,2 milhões de novas contas – e a receita também, na casa de US$ 5,7 bilhões para o trimestre. A quarentena fez a Netflix também atingir seu maior valor na história, na casa de US$ 190 bilhões – e acima do valor de mercado de empresas como a Disney, avaliada em US$ 181 bilhões.

Mas enquanto muita gente aponta a Netflix como uma possível vencedora desse período de isolamento, nem tudo são flores: em carta aos acionistas, a plataforma de Reed Hastings alerta que o fim do isolamento em alguns países, ao longo dos próximos meses, pode fazer a curva de crescimento da empresa se reduzir.

“Imaginamos que as horas assistidas na plataforma caiam conforme a quarentena vá terminando, o que esperamos que aconteça logo”, diz o texto, publicado na tarde desta terça-feira, 21, junto com os resultados financeiros da empresa para o período do 1º trimestre de 2020. Além disso, há uma grande dúvida: se a pandemia continuar por muito tempo, a empresa ainda terá novos filmes e séries originais para mostrar?

Segundo a empresa, há pelo menos cinco meses de estreias garantidas. “Temos uma longa correnteza de conteúdo que já estava pronto ou em pós-produção quando as filmagens por conta do coronavírus pararam”, diz a empresa. “Seremos impactados pelas pausas, mas teremos muitas estreias em 2020 e 2021.” É uma vantagem que a Netflix terá na briga contra outras companhias, que normalmente produzem uma série ao longo do tempo e a vão publicando semanalmente, contra o formato de “maratonas” permitido pela rede de Reed Hastings.

Para analistas, a crise será uma prova de fogo para empresa. Não só por conta do conteúdo e do isolamento social, mas também por conta da retração econômica prevista para os próximos meses. “Por um lado, a maioria das pessoas que topariam pegar pelo serviço já têm Netflix. Do outro, significa também que elas não estão dispostas a abrir mão dele em um cenário de crise”, disse o analista da Parks & Associates, Steve Nason, ao site americano especializado em tecnologia The Verge. “Quem não assinou a Netflix durante o confinamento, porém, não deve fazê-lo logo depois.”

Estadão Conteúdo

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