Foto: DIVULGAÇÃO/PMSC
O Ministério da Justiça e a Polícia Rodoviária Federal iniciaram estudos para implantar mais de 10 mil câmeras corporais nos uniformes dos agentes da PRF. O projeto alcançaria todo o efetivo operacional da corporação e serviria como vitrine e incentivo à adoção do equipamento pelas polícias militares.
No fim de fevereiro, a PRF montou um grupo de trabalho com as equipes de inteligência, direitos humanos e ouvidoria da instituição para levantar dados sobre a aplicabilidade da tecnologia. Ainda não há uma estimativa de quanto custarão, mas a ideia é que os equipamentos passem a ser utilizados até o fim deste ano.
As câmeras são apoiadas pelo diretor-geral da corporação, Antônio Fernando Oliveira, que tem defendido resgatar a “essência cidadã” da Polícia Rodoviária.
— Não vejo nenhum ponto negativo para os agentes em ter a atividade gravada — disse Oliveira, lembrando que, quando atuava nas estradas, comprou uma caneta com câmera para se resguardar nas abordagens. — Botava aquilo no bolso e, quando a pessoa que estava sendo abordada começava a subir o tom, eu falava: “a partir desse momento a conversa está sendo gravada”. Aí normalizava a situação — recorda.
Oliveira reconhece que há uma certa resistência de agentes ao equipamento, e por isso prevê campanhas de conscientização para diminuir a rejeição.
— É muito difícil uma unanimidade, mas nada muito substancial, que possa criar uma dificuldade operacional para abraçar esse projeto — afirmou.
Os estudos avaliam se as câmeras devem captar o som ambiente e ficar ligadas permanentemente. Há a preocupação de que os agentes, que fazem turnos de 24 horas, tenham a privacidade violada. Mas o projeto visa tanto coibir abusos cometidos por policiais quanto protegê-los de acusações falsas.
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