quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Tarifaço dos EUA atinge em cheio o sal potiguar e ameaça setor no RN

A partir desta quarta-feira (6), entra em vigor o temido tarifaço dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros — e o sal marinho do Rio Grande do Norte está na lista das vítimas. Mesmo com adiamentos e tentativas de negociação, o setor salineiro potiguar não escapou da medida imposta pelo governo norte-americano.

A nova tarifa de 50% sobre o sal potiguar torna praticamente inviável a concorrência com países como Chile, México, Egito e Namíbia, que têm acesso ao mercado americano com impostos significativamente menores.

O Sindicato da Indústria da Extração do Sal (SIESAL-RN) classifica o cenário como devastador. A entidade já começa a contabilizar os prejuízos e projeta sérias dificuldades para manter a competitividade internacional. Com o novo cenário, exportar para os EUA, principal mercado comprador, se torna economicamente desvantajoso — o que ameaça empregos, investimentos e a própria sobrevivência de parte do setor.

O impacto no Rio Grande do Norte, responsável por mais de 95% da produção nacional de sal marinho, poderá ser profundo, com reflexos sociais e econômicos especialmente na região salineira do estado.

RN tem 2º maior número de cervejarias do Nordeste, aponta estudo

O Rio Grande do Norte ocupa a segunda colocação entre os estados do Nordeste com maior número de cervejarias registradas, totalizando 27 estabelecimentos. Em relação ao número de cervejas com registros, o estado aparece na terceira posição da região, com 247 produtos cadastrados. Os dados são do Anuário da Cerveja 2025, com base no ano de 2024, elaborado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Segundo o levantamento, apenas Alagoas (com 186 registros) e Pernambuco (com 151) superam o Rio Grande do Norte na quantidade de cervejas registradas. Já no número de cervejarias, os estados mais próximos do RN são o Ceará, com 23 estabelecimentos, e Pernambuco, com 20. A liderança regional é da Bahia, com 32 cervejarias registradas.

Em todo o Brasil, o Mapa contabilizou 43.176 cervejas e 55.015 marcas registradas. O número total de cervejarias alcançou 1.949 em 2024, com o ingresso de 102 novos estabelecimentos — um crescimento de 5,5% em relação a 2023. Trata-se do nono maior crescimento da série histórica do Anuário.

São Paulo lidera no país; RS tem maior densidade de cervejarias

Entre os estados brasileiros, São Paulo concentra o maior número de cervejarias, com 427 estabelecimentos. O estado teve um crescimento de 4,1% em relação ao ano anterior, com 17 novas unidades abertas.

De acordo com o Anuário, o registro de estabelecimentos é a formalidade administrativa que autoriza o funcionamento das cervejarias, considerando fatores como a linha de produção, capacidade técnica e condições higiênico-sanitárias.

Tarifas dos EUA podem tirar R$ 25,8 bilhões do PIB brasileiro

Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

Estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) aponta que, mesmo com as isenções concedidas ao tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos e que entrou em vigor nesta quarta-feira (6/8), o PIB brasileiro pode sofrer um impacto negativo de R$ 25,8 bilhões no curto prazo.

Para o longo prazo, a estimativa é de uma perda de R$ 110 bilhões. A federação calcula ainda que a queda na renda das famílias alcançará R$ 2,74 bilhões em até dois anos. E haverá redução de 146 mil postos de trabalho formais e informais.

O levantamento da Fiemg divulgado na terça-feira (5/8) indica que os setores industriais mais atingidos serão siderurgia, fabricação de produtos de madeira, de calçados e de máquinas e equipamentos mecânicos.

Na agropecuária, o efeito recai sobre a pecuária, especialmente a cadeia da carne bovina, que segue fora da lista de isenções tarifárias e representa parcela significativa da pauta exportadora nacional.

O Brasil exportou aproximadamente US$ 40,4 bilhões aos EUA em 2024, o equivalente a 1,8% do PIB nacional. Metade desse valor está concentrado em combustíveis minerais, ferro e aço, e máquinas e equipamentos — setores diretamente afetados pelas novas tarifas.

Os produtos brasileiros que seguem sujeitos à taxação representam cerca de 55% das exportações ao mercado americano, um total de aproximadamente US$ 22 bilhões. Entre os itens mais afetados estão café, carne bovina, produtos semimanufaturados de ferro e aço e produtos manufaturados.

Norte e Nordeste são as regiões mais afetadas pelo tarifaço, diz FGV

Imagem: Reprodução/FGV

As regiões Norte e Nordeste do Brasil são as mais duramente atingidas pelo tarifaço comercial imposto pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre grande parte dos produtos importados do Brasil. A taxa de 50% entrou em vigor nesta quarta-feira (6/8).

Os dados fazem parte de um estudo liderado pelo pesquisador Flávio Ataliba, coordenador do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

De acordo com o levantamento, essas duas regiões são as mais atingidas do país, apesar de apenas 3,9% das exportações da região Norte e 11,1% das exportações do Nordeste terem como destino os EUA.

“Isso acontece especialmente em cadeias com menor capacidade de absorção interna e forte concentração em pequenos produtores e cooperativa”, explica Ataliba. Ele cita como exemplos o mel natural exportado pelo estado do Piauí e as frutas frescas embarcadas em Pernambuco e na Bahia.

No Nordeste brasileiro, o Ceará é o estado que registrou o maior percentual de exportações para os EUA (44,9%) no ano passado – os principais destaques foram pescados, calçados, artigos de couro, ferro fundido e aço.

Em seguida, aparece a Paraíba (21,64%), que exporta, principalmente, açúcar, calçados e artigos de couro. O terceiro estado mais exportador da região é o Sergipe (17,1%), com sucos, resinas e óleos vegetais.

Outras regiões

No Sudeste do país, que responde por 71% das exportações do Brasil para os EUA, a pauta exportadora é mais diversificada “e inclui tanto manufaturados de alto valor agregado quanto aeronaves e commodities estratégicas como o petróleo”, segundo Ataliba.

Aeronaves e petróleo, por exemplo, estão entre as exceções ao tarifaço e não foram taxados em 50%. O Sudeste também é menos impactado por ser a região mais industrializada do país.

Ainda segundo o estudo, o Centro-Oeste, que exporta carnes, grãos e minérios, deve ser a região menos atingida pelas tarifas.

No Sul, que envia móveis, carnes suína e de aves, o risco de impacto pelo tarifaço é considerado médio.