quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Marcada por tragédia, Alcaçuz foca agora em capacitar apenados

Previsão para uso dos recursos inclui obras de reforma na Penitenciária de Alcaçuz. Foto: Sejuc
No dia que iniciou o massacre há dois anos, no dia 14 de janeiro de 2017, Alcaçuz tinha 1.200 presos, o dobro da capacidade que era de 620 internos. E isso quando a penitenciária tinha seus cinco pavilhões funcionando. Hoje, são 2.100 detentos distribuídos em três pavilhões. Antes do episódio, os pavilhões 1, 2, 3 e 4 pertenciam a Alcaçuz. Já o pavilhão 5, antes dominado por presos do Primeiro Comando da Capital, fazia parte do Presídio Rogério Coutinho Madruga, que é um anexo de Alcaçuz. Na época, apenas uma cerca de arame farpado separava as duas unidades.
As obras de recuperação de Alcaçuz foram orçadas em R$ 3,2 milhões. A reforma contou com a a construção de um muro de concreto que dividiu a penitenciária ao meio. Um dos pontos críticos que ainda persiste na penitenciária é a superlotação.
O complexo prisional composto pelas penitenciárias de Alcaçuz e Rogério Coutinho Madruga possui atualmente 2.274 apenados. Dois novos pavilhões estão sendo construídos em Alcaçuz. Já o presídio Rogério Coutinho Madruga passa por reforma e ampliação nas instalações para melhoria e reestruturação da segurança, além da ampliação nos alojamentos. Três salas de aula também serão disponibilizadas para atividades educacionais.
A nova estrutura do presídio possibilitou um controle maior por parte dos agentes que atuam dentro da cadeia. Para o novo ano, o desafio é investir na ressocialização dos apenados. “Após o esforço de controle e funcionamento do sistema, com a reestruturação da segurança, a expectativa para 2019 é executar os projetos de trabalho e ressocialização dos detentos. Existe um projeto em articulação para que professores possam formar profissionais autônomos como pedreiro, serralheiro, mecânico”, afirmou Maiquel Cavalcante, secretário adjunto de Justiça e Cidadania.
Mudança no contato entre presos e agentes
Além das mudanças físicas, o contato entre os presos e agentes também foi modificado. O ex-secretário da justiça Mauro Albuquerque, implantou uma nova metodologia dentro do presídio. Na estrutura, o piso que antes era facilmente escavado para a construção de túneis foi revestido de malha de ferro e concreto. As paredes também foram reforçadas e as grades recolocadas nas celas.
Novas camas de alvenaria foram colocadas nas carceragens. Outra mudança foi a retirada de tomadas. A ventilação é natural e de lazer, somente o banho de sol. A quadra que era marcada para jogos de futebol agora possuí faixas pintadas para que os presos saibam onde ficar quando houver revista. Após as mudanças estruturais e sob constante vigilância, nenhuma tentativa de fuga foi registrada nos últimos dois anos e também não ocorreram motins.

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