sexta-feira, 13 de julho de 2018

Deputados transferem para consumidores de todo país gastos com furto de energia




A Câmara dos Deputados finalizou na noite desta terça-feira, 10, a votação do projeto de lei que destrava a venda das distribuidoras da Eletrobras e vai fazer a conta de luz de todos os brasileiros aumentar entre 4% e 5% em 2019.

Isso porque o texto do relator, o deputado Júlio Lopes (PP-RJ) – investigado na Operação Lava Jato –, transfere a conta das subsidiárias da região Norte com furtos de energia, conhecidos como “gatos”, para todos os consumidores do País.

O cálculo foi feito pela Associação Brasileira de Grandes Consumidores (Abrace) a pedido do jornal Estado de São Paulo.

O presidente da Abrace, Edvaldo Alves de Santana, ex-diretor da Aneel, critica as emendas. “Vale a pena assumir esses custos para privatizar essas empresas? Vale, mas não qualquer custo”, disse. “A conta a se pagar é muito grande. A indústria não tem como expandir dessa forma”, afima.

Atualmente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) calcula para cada empresa um índice de furto considerado aceitável, cujos custos são pagos por clientes das próprias empresas. O projeto propõe liberar as distribuidoras de cumprir essa regra e coloca o ressarcimento dos custos que elas tiveram com os “gatos” desde 2009 na conta de todos os consumidores brasileiros.

A aprovação do texto base, na semana passada, facilita a venda de seis distribuidoras da Eletrobras. Com a mudança, a Eletroacre (Acre) e a Ceron (Rondônia), que serão leiloadas em 26 de julho, ficarão mais “baratas” para os investidores interessados em comprá-las.

No caso da Amazonas Energia, campeã de gatos em todo o País, o índice de furtos, que já foi revisto para ajudar a empresa, pode novamente ser ajustado para baixo. Isso será bancado pelos consumidores de todo o País e, mesmo que o novo dono reduza esse nível de roubos, poderá ficar com todo o lucro obtido até a primeira revisão de tarifas da empresa, que ocorrerá cinco anos após o leilão.

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