quinta-feira, 22 de março de 2018

TJ e MP analisam tortura em Alcaçuz denunciada por professora da UFRN



As denúncias de tortura na Penitenciária de Alcaçuz, feitas pela professora da UFRN Juliana Melo, já estão sendo analisadas pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) e pelo Ministério Público Estadual (MPRN).


Na sessão da Câmara Criminal do TJRN dessa terça-feira, 20, o artigo da revista Época que traz o relato da professora foi lido pelo desembargador Gilson Barbosa, que é o vice-presidente do tribunal. Juliana Melo afirmou, no texto, que presos estão sendo torturados, inclusive com choques elétricos, desde a rebelião de janeiro de 2017, quando o Governo do Estado divulgou 26 mortos.

“São relatos graves e pedi aos meus colegas que fizessem a sua própria leitura dos fatos”, destacou o desembargador Gilson Barbosa. O presidente da Câmara Criminal, desembargador Glauber Rêgo, relatou que as ações podem ser continuadas pela própria Corregedoria Geral de Justiça. Trabalho que já vem sendo realizado, de acordo com o juiz corregedor Fábio Ataíde, que apontou a superlotação do presídio como um problema.

“Existe uma situação de superlotação e acreditamos que, justamente, por causa da superlotação os outros problemas são gerados, como os maus tratos”, apontou Ataíde, ao destacar que a Corregedoria aguarda um plano de gestão de vagas a ser enviado pela Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania, a Sejuc, que nega as acusações da professora. O representante do Ministério Público na sessão, o promotor Wendell Bethoven destacou que faria um comunicado oficial à Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), a fim de estudar que ações seriam feitas.

O advogado Allan Clayton representou a OAB/RN e antecipou que a entidade também tem interesse em ver que medidas podem ser tomadas quanto ao cenário descrito pela professora.

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