sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Quatro em cada dez casados brigam por causa de dinheiro, diz pesquisa




As questões que envolvem orçamento familiar geram transtornos para uma boa parte das famílias brasileiras. Segundo uma pesquisa divulgada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), quatro em cada dez (39%) brasileiros casados ou em união estável brigam com o parceiro por causa de dinheiro.

O levantamento aponta que os principais motivos de brigas são discordâncias sobre os gastos da casa (41%), não ter reservas para imprevistos (32%) e o fato de não querer pagar pelos gastos do cônjuge (19%).

De acordo com o estudo, 40% dos brasileiros casados ou em união estável não contam sobre todas as compras ao cônjuge. Entre os motivos da omissão, 61% deles dizem não contar sobre algumas compras para evitar conflitos, sendo que 37% dizem ter prioridades diferentes e tentam conciliar desejos com família sem causar discussões e 24% querem evitar brigas.

Outros 25% que não informam todas as aquisições que fazem por não gostarem de ter seu dinheiro controlado. Entre os gastos mais omitidos estão roupas (35), maquiagem, perfumes ou cremes (30%), calçados (28%), cigarros, bebidas e substâncias ilícitas (20%). Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, esconder os gastos do parceiro não é a melhor opção, seja qual for o motivo.

— Com a omissão, algum dos lados pode se sentir enganado e, se isso acontecer, o relacionamento pode ser abalado. Além disso, gastos omitidos também podem prejudicar o equilíbrio do orçamento familiar. É importante que o casal saiba de todas as despesas para manter um bom controle financeiro.

O estudo mostra também que quatro em cada dez entrevistados casados (39%) não sabem exatamente quanto o cônjuge ganha por mês e também 39% não sabem se o parceiro possui aplicações ou investimentos. Por outro lado, 24% sabem todos os valores e 23% realizam aplicações financeiras em conjunto.

Descontrole

O levantamento também aponta que a maioria das famílias têm o hábito de conversar sobre gestão financeira e orçamento da casa, sendo que 28% não fazem isso com uma frequência definida, 27% dizem conversar todos os meses e outros 27% falam sobre o assunto quando a situação financeira não está boa. Há ainda 8% que não acham necessário conversar, 5% que evitam falar por causa de brigas e 6% por outros motivos.

Quando consideradas as decisões sobre o orçamento familiar, 70% das famílias dos entrevistados têm o hábito de conversar a respeito dos gastos, sendo que para 49% as decisões sobre os gastos e investimentos são tomadas em conjunto e 21% afirmam que todos participam do debate, mas a decisão final sobre como gastar ou investir é tomada por uma pessoa.

Com relação à divisão das contas, em 25% dos domicílios elas são divididas igualmente entre os que possuem renda, em 21% são divididas de acordo com os rendimentos de cada morador com renda, em 11% não há controle muito rígido e em outros 11% dos lares os moradores contribuem com algum dinheiro, mas o direcionamento do pagamento é feito por apenas uma pessoa. Por outro lado, 30% dizem que dizem que não há divisão: apenas um morador arca com todas as despesas.

Apesar disso, na metade dos lares brasileiros (49%) há pelo menos um integrante que gasta mais do que deveria, deixa de pagar contas ou adota outra prática que prejudica equilíbrio do orçamento familiar. 27% não informam sobre todas as contas que pagam, mas 72% dos entrevistados afirmam compartilhar todas as informações para o cônjuge.

Quando sobra algum dinheiro, o principal destino é a utilização para o mês seguinte (24%), seguido de algum gasto pessoal (18%) e poupança pessoal (14%). Outros 20% afirmam que nunca sobra dinheiro.

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